Psicoterapia:
Lugar de Encontro

Todo mundo experimenta a ansiedade ao longo da vida. Ela é uma reação adaptativa importante do organismo humano: ajuda o indivíduo a se preparar para as adversidades, antecipando alguma ameaça à sua integridade física ou emocional. Porém, quando a ansiedade é vivida de forma frequente e excessiva, ela pode prejudicar a execução de atividades mínimas da vida, como trabalhar, estudar e se relacionar, causando diversos sintomas e sofrimentos.

Nestes casos, a psicoterapia é um importante aliado no manejo dos sintomas ansiosos, e objetiva promover o diálogo de cada indivíduo com a sua ansiedade (sempre vivida de forma singular por cada pessoa), a compreensão dos fatores externos e sociais (contexto de vida) envolvidos, bem como, a construção de estratégias de autossuporte para lidar com ela.

A vivência do ataque de pânico envolve um início súbito de medo ou desconforto de forte intensidade, acompanhado de intensos sintomas corporais, como palpitações, coração acelerado, sudorese, sensação de falta de ar, dentre outros. Muitas vezes, esta vivência pode resultar em transtorno de pânico, ou seja, um medo de que o ataque e, com ele, todo o sofrimento vivido se repitam. As sensações de medo, evitação e preocupação, se tornam, portanto, companhia constante para o indivíduo.

Em meio a tudo isso, a psicoterapia é uma das principais aliadas na busca por acolhimento e cuidado no transtorno de pânico. Além de um espaço seguro para compartilhar sentimentos e pensamentos, a psicoterapia visa fornecer suporte ao sujeito para pensar e entender a experiência vivida; além da construção de novos sentidos e estratégias (internas e externas) para lidar e dialogar com o pânico.

Como uma das principais causas de incapacidade mental e física em todo o mundo, na atualidade, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a depressão envolve alterações do humor ou do afeto. Diferente das alterações banais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana, a depressão envolve um humor rebaixado ou desencorajado de longa duração e com intensidade moderada ou grave, podendo levar a pessoa afetada a grande sofrimento e disfunção em muitos setores da vida - família, estudos, trabalho.

Nestes casos, a psicoterapia é um dos pilares fundamentais de cuidado, que busca identificar, entender e dar sentido aos conflitos vividos interna e externamente. E, dentre outros fatores, auxilia na percepção das distorções nas próprias percepções e promove uma melhora das relações interpessoais.

Morar em outro país (e até em outros estados ou cidades no mesmo país) apresenta, muitas vezes, um paradoxo entre o “criar asas” e o “manter as raízes”: de um lado, novos horizontes, novos caminhos pessoais e/ou profissionais; de outro, preservar, em si, a morada interna (a casa) - lugar onde possamos sempre retornar, lembrando de quem somos e de onde viemos. A migração pode trazer, portanto, desafios emocionais e psíquicos de diversas formas. E, não raro, obstáculos individuais ou sociais podem prejudicar o projeto de migração. Nesses casos, o apoio psicoterapêutico especializado torna-se essencial para acompanhar o sujeito no processo de adaptação cultural e profissional.

O ser humano é relacional, nasce e cresce em grupos sociais - família, escola, amigos, trabalho. A relação social é essencial, inclusive, para a formação de personalidade e a noção de nós mesmos. Os relacionamentos (sobretudo, os íntimos) não deixam de ser acompanhados, muitas vezes, de desafios em diversos âmbitos da vida. Porém, quando as dificuldades são vividas de forma frequente e excessiva, ao ponto de limitar os recursos de enfrentamento destas dificuldades, podem surgir cristalizações no relacionamento. Cristalizações tais como: o esgotamento das capacidades de diálogo (pouca ou nenhuma capacidade de escuta pelas partes envolvidas); comportamentos repetitivos e estereotipados na relação; a não aceitação à diferença do outro; ou o projetar no outro expectativas e idealizações que são nossas.

Tendo em vista a importância das relações sociais e afetivas, as dificuldades de relacionamento podem surgir como importantes demandas para a psicoterapia individual, em busca de pensar e entender a relação, os lugares e responsabilidades de cada um, bem como, a construção de recursos internos e externos para lidar com estas dificuldades.